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Um sobrinho do falecido presidente palestino Yasser Arafat acusou nesta quinta-feira Israel de ter"envenenado" seu tio com polônio e exigiu que "os responsáveis por esse assassinato sejam julgados".
"Acusamos Israel de ter envenenado Yasser Arafat com essa substância mortal e exigimos que os responsáveis por esse assassinato sejam julgados", declarou à Agência France Presse Nasser al-Qidwa, presidente da Fundação Yasser Arafat.
O Institute for Radiação Física de Lausanne, na Suíça, que analisou amostras biológicas retiradas dos objetos pessoais de Arafat entregues à sua viúva Suha Arafat pelo hospital militar francês de Percy, onde o líder palestino morreu em dia 11 de novembro de 2004 aos 75 anos, descobriu ali "uma quantidade anormal de polônio", segundo um documentário transmitido em 3 de julho pela rede de televisão Al-Jazeera.
"A fundação Arafat entrou em contato com o laboratório suíço para informar que não tinha objeções à análise de amostras do corpo de Arafat se fosse necessário", acrescentou Qidwa.
"Desde o martírio do falecido presidente Yasser Arafat, dissemos que havia sido assassinado por envenenamento, mas não tínhamos nenhuma prova tangível. Mas, depois do documentário da Al-Jazeera afirmando seu envenenamento com polônio, já não resta dúvida", acrescentou.
Também nesta quinta-feira, Abdullah al-Bashir, diretor do comitê médico que investiga as causas da morte depois da denúncia da Al-Jazeera, disse que Arafat morreu envenenado por uma substância tóxica desconhecida. O médico, no entanto, não apresentou provas que confirmem sua afirmação.
Segundo o jordaniano, sem exumar o corpo é quase impossível confirmar o envenenamento pela substância radioativa letal polônio-210. "O relatório dos médicos que trataram Arafat na França apontava que não foi possível encontrar uma razão ou doença conhecida que possa explicar as causas da morte", disse.
O diretor afirmou, além disso, que os médicos do hospital de Bercy rejeitaram fornecer mais informações sobre o caso. O médico jordaniano, que apareceu na mídia ao lado de vários dirigentes palestinos, mostrou-se favorável à realização de uma investigação para esclarecer a morte de Arafat, que contará com a participação de uma equipe suíça quando a exumação do corpo for autorizada. A iniciativa é apoiada pela viúva do líder histórico.
O porta-voz presidencial palestino, Nabil Abu Rudeina, afirmou em coletiva que "não haverá obstáculos" na "busca pela verdade" sobre a morte de Arafat, cujos restos estão em Muqata de Ramallah, sede do governo da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
Bashir permanecerá três dias em Ramallah, onde se reunirá com líderes palestinos e examinará as informações sobre o caso. Israel, por sua vez, disse que as alegações de morte por envenenamento são "ridículas".
*Com AFP e EFE
Fonte:Último Segundo|Portal IG
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